terça-feira, 13 de abril de 2010

Intolerância





A intolerância não aponta apenas para a minha dificuldade em lidar com as diferenças de opiniões, mas, sobretudo, aponta para a minha arrogância. Ou seja, considero-me tão certo e justo em minhas opiniões e convicções que o outro é um idiota estorvo, caso não concorde comigo.


Nada de errado em ter opiniões formadas e até querer defendê-las. Entretanto, achar-se o dono da razão e não tolerar opiniões distintas é uma doença da alma: precisa de tratamento.


Sim, o intolerante é um doente social, um psicopata de almas, sobretudo, um fraco. Aquele sujeito tão fraco e que se sente tão ameaçado que necessita emitir firme opinião sobre tudo, falar de tudo e de todos e defender suas teses como uma galinha defende os seus pintos para dar pinta de galo. O intolerante, por medo ou insegurança, veste esta máscara de forte.

Quem não consegue ouvir opiniões alheias sem querer converter tudo e todos, conversar sem impor seu ponto de vista e desqualifica sentimentos e opiniões do interlocutor, além de ser um “desmancha-rodinha” muito mal-educado, é também uma alma aflita, desesperada por dizer a si mesma que é alguém.

Vamos falar de Jesus:

Em seus diálogos ele sempre queria primeiro ouvir. Sempre perguntava. Poucas vezes emitia opiniões, mas, no máximo, dava ao interlocutor pistas para que o outro pudesse pensar e chegar às suas próprias conclusões.
Jesus não impunha respostas prontas. Mas dava aos ouvintes o privilégio da dúvida: a chance de pensar!

Perguntavam: “Tu és o Cristo?”. Ele respondia: “O que achas?”, ou “Tu o dizes!”

Perguntavam: “Devemos apedrejar esta pessoa?”. Ele respondia: “Sim, se a pessoa é culpada, a Lei Judaica diz que SIM, vocês podem apedrejar, mas aquele que NÃO POSSUI ERROS seja o primeiro a tacar uma pedra...”. Jesus obrigava as pessoas a pensarem e a sozinhas concluírem o que fazer ou não.

Jesus não fazia questão de impor opiniões. Ele sabia quem ele era. Ele estava muito acima das opiniões alheias... Ele tolerava a arrogância e a falsa humildade. Tolerava a ignorância e a pseudo-sabedoria.
Há pessoas, contudo, que se consideram tão tolerantes, que inclusive não toleram os intolerantes, convertendo-se, assim, num deles.

E você? Quanto você precisa ainda de subir em sua caixinha de fósforos para discursar opiniões pretensamente perpétuas?

Fonte: Rev. Maia

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