segunda-feira, 29 de março de 2010
A PEDRA DE AMOLAR
Composição: Letra: Roberto Diamanso
Música: Silvestre Kuhlmann
Aquele que, comigo, quando eu choro, chora
Aquele que comigo dança
A este jamais direi:
Ora, não me amoles!
Porque se como o ferro com ferro se afia
Afia o homem a seu amigo
Isto hoje te digo:
Podes me amolar!
Ó Deus, dá que quando entre eu e meu amigo
Houver atrito a ponto de sair faísca de fogo
Que eu não me desaponte porque este tal
É enviado teu pra que eu não fique cego.
Porque cego não vê que sem o esmeril
Se perde o fio, o gume
Quem pode perceber não perde a comunhão, assume
Estende a mão, aceita a pedra de amolar.
sábado, 20 de março de 2010
Quando eu era uma criança – um molecote aí com os meus 10 anos, mais ou menos, meu pai contou-me uma história que muito me impactou na tenra idade.
Ele me disse que certo homem já velho, muito judiado pela difícil vida, depois de longos anos de duro trabalho e já com os filhos crescidos e casados tendo suas próprias casas, então ele foi morar com o filho mais moço. A presença do velho, com suas manias e preferências, naquela casa arrumada de maneira tão delicada que parecia um ninho de amor, causou um certo constrangimento no filho, pois a mulher estava muito triste e insatisfeita e vivia emburrada pelos cantos. O moço vendo o fim da alegria e a felicidade ir embora resolveu tomar uma atitude e chamou o pai para uma conversa definitiva. Então pegou um couro de boi que estava guardado na dispensa enrolando-o bem apertado e amarrando-o pelo meio com uma embira. Deu o couro para o pai e o despediu com lágrimas nos olhos.
O menino, filho do casal, assistiu toda a cena e ao ver o avô partir cabisbaixo quis saber do pai o que estava acontecendo. Depois que o pai explicou cuidadosamente ao filho o motivo da partida do avô, o menino pegou uma faça peixeira na cozinha e saiu correndo atrás do avô chamando-o pelo nome. Quando conseguiu alcançá-lo pediu-lhe o couro de boi, desatou a embira e pediu ao avô que segurasse uma das pontas e puxasse levemente, então com a faca em punho cortou o couro pelo meio. O avô um pouco atordoado pelo sofrimento conseguiu, com esforço, balbuciar uma pergunta:
- Porque, meu filho, você está fazendo isso?
O menino respondeu: – Quando eu crescer e me casar e meu pai vier morar comigo e minha esposa se aborrecer com ele, então eu o despeço e lhe dou este pedaço de couro para ele dormir.
Em Gálatas 6.7 está escrito: “Não vos enganeis: DEUS não se deixa escarnecer. Tudo o que o homem semear, isso também ceifará”. Quem honra o pai será abençoado por DEUS com longevidade, e maldito aquele que desprezar o seu pai, certamente morrerá. (Deuteronômio 27.16; Provérbios 1.8; 20.20; 30.17; Isaías 45.10; Mateus 15.4; Efésios 6.2 e 1 Timóteo 5.4).
Achei isso um tanto interessante para os dias de HOJE!
Parceiros Noturnos
20/03/2010
23:31 hs
O “CRISTIANISMO” COMO O PIOR ADVERSÁRIO DO EVANGELHO DE JESUS CRISTO
O fato simples é que sem religião, Jesus é quase irresistível, quando exposto em Sua nudez de simplicidade.
Disse “quase irresistível” porque existem os que odeiam o bem e o bom.
Entretanto, na maioria das vezes, em qualquer lugar e cultura, a mera apresentação de Jesus, sem doutrinações, sem vínculos culturais, sem adereços e penduricalhos, o torna insuportavelmente desejável.
Infelizmente, salvo pequenos spots de total ignorância acerca da existência do “Cristianismo” [que é o maior dificultador de Jesus na Terra], Jesus não mais chega sem ter sido precedido pelo anti-testemunho do Evangelho feito pelo “Cristianismo” e sua história de morte, perseguições, corrupção e perversão do Evangelho.
Se a humanidade tivesse uma amnésia total acerca do “Cristianismo”, e Jesus, somente Ele, fosse pregado na simplicidade com a qual Ele mesmo anunciou o Evangelho, então, creia: uma explosão aconteceria.
O “Cristianismo”, todavia, inviabilizou o Evangelho como testemunho universal!
Assim, é a Religião dos Cristãos o poder mais cria antagonismo ao Evangelho entre os homens.
Os Judeus já teriam outra atitude frente ao Evangelho não fosse o Cristianismo.
O mesmo se pode dizer dos Islâmicos...
O mesmo se pode dizer dos Hindus e Budistas...; e de todos os demais grupos históricos importantes.
Os cultos Africanos caso não tivessem sido demonizados pelo “Cristianismo” das formas culturais, e pela impaciência religiosa do “crsistãos”, também não fariam resistência, assim como em geral os índios, quando apenas expostos ao Evangelho, não o rejeitam, antes abraçam Jesus como um menino abraça um amigo.
O “Cristianismo”, no entanto, historicamente, desfigurou Jesus de tal modo que Ele se tornou desprezível em muitos lugares, e não é por maldade humana, mas apenas pela impossibilidade de aceitar o estupro do pacote “cristão sem o espírito de Jesus”.
Desse modo, historicamente, até hoje, o pior inimigo de Jesus e do Evangelho na Terra foi o “Cristianismo”.
Sim, historicamente, quanto mais expansão do “Cristianismo”, mais dificuldades para o Evangelho de Jesus no mundo.
Quem conhece um mínimo que seja dos vasos comunicantes da História, sabe que não exagero nada.
Nele, que é Deus, e, portanto, nada tem a ver com o “Cristianismo”, assim como nada tem a ver com Religião, mas apenas com Vida e Amor,
Parceiros Noturnos
20/03/2010
23:11 hs
terça-feira, 16 de março de 2010
Poetas x profetas
Qual a diferença entre poetas e profetas? Nenhuma.
Deus é poeta porque gosta de comunicar-se com versos e metáforas. Sua linguagem, carregada de símbolos, é hermética, misteriosa, para o coração cru. Para entendê-lo, precisa-se de ouvidos espirituais, sensíveis ao êxtase transcendental. Quando Deus declama o universo baila.
Os olhos de Deus procuram homens e mulheres que se disponham a encarnar seus sentimentos. Todo profeta foi chamado e enviado por Deus. Porque seu compromisso é com a vida, só a vida, Javé levanta homens e mulheres que se indignam com a sordidez, mas apaixonados com o sublime. Portanto, toda linguagem poética é profecia. Sua vocação sangra no texto, a expressão rítmica do coração de Deus vaza na tinta de sua pena. O poeta pressente o que deveria ser, mas não é; vê-se compelido a re-encantar os desanimados, a curar os desesperançados, a destilar beleza de mundos imaginários em terras áridas.
A matéria prima do profeta é a poesia. Como um artesão de cristais, o profeta maneja as palavras de maneira simples, mas com delicadeza mágica. Ele deseja mostrar que o cotidiano, com suas contradições perversas, poderia seguir outra estrada. O profeta se despeja no texto como óleo perfumado, faz-se lenho do fogo que aquece a história. Desejoso de trazer os extremos numa síntese que promova o bem, não esquece que o único absoluto é o amor, que o único bem é vida e que o único alvo é a valorização do instante.
Poetas e profetas rejeitam redomas, estufas, viveiros, gaiolas. Eles trocam os tapetes pelo chão batido. Solitários, só obedecem o compasso do próprio coração; indomáveis, revoltam-se com o ordinário; irrequietos, perturbam o normal.
Poetas e profetas não defendem reputação. Alvos fáceis dos ímpios quando negam a história – só as gerações futuras lhes fazem justiça. Pedras do meio do caminho, chateiam; indestrutíveis, semeiam trigo que se fará o pão do idealista, do revolucionário.
Poetas e profetas são contraditórios. Jonas era compassivo e ranzinza; Fernando Pessoa, repleto de heteronômios, otimista e pessimista; Drummond, ateu e crente; Oséias, ingênuo e perspicaz; Vinicious, puro e devasso; Chico Buarque, gênio e banal. Todos, algemados pelo amor, sentem-se livres para vivenciar as inconsistências humanas.
Poetas e profetas são alquimistas. Fazem das palavras poções que encantam; seus feitiços temperam a vida. Os profetas criam sabores exóticos. Usam verbos fortes e inebriam a imaginação. Só eles conhecem o segredo de transformar o transcendental no plausível.
Poetas e profetas são alados; vivem nas nuvens, mantêm perene parceria com os anjos; adoram no silêncio das montanhas; escutam a bruma dos vales; agasalham-se sob o manto platinado da lua. Os poetas não temem ausências, a solidão não lhes amedronta. Profetas são selvagens como os tigres e os poetas, enigmáticos como as águias.
Poetas e profetas nasceram no pé do arco-íris; resgatados do Nilo, crescem como príncipes; sensíveis, choram com o ponteio da harpa; tornam-se parceiros dos humildes, dos mansos e dos puros de coração. Contudo, o destino deles é a cruz.
Ricardo Gondim é teólogo brasileiro, conferencista, Autor de 'Direto ao ponto', Ed. Doxa, entre outros.
Leia mais: http://giito.blogspot.com
Deus é poeta porque gosta de comunicar-se com versos e metáforas. Sua linguagem, carregada de símbolos, é hermética, misteriosa, para o coração cru. Para entendê-lo, precisa-se de ouvidos espirituais, sensíveis ao êxtase transcendental. Quando Deus declama o universo baila.
Os olhos de Deus procuram homens e mulheres que se disponham a encarnar seus sentimentos. Todo profeta foi chamado e enviado por Deus. Porque seu compromisso é com a vida, só a vida, Javé levanta homens e mulheres que se indignam com a sordidez, mas apaixonados com o sublime. Portanto, toda linguagem poética é profecia. Sua vocação sangra no texto, a expressão rítmica do coração de Deus vaza na tinta de sua pena. O poeta pressente o que deveria ser, mas não é; vê-se compelido a re-encantar os desanimados, a curar os desesperançados, a destilar beleza de mundos imaginários em terras áridas.
A matéria prima do profeta é a poesia. Como um artesão de cristais, o profeta maneja as palavras de maneira simples, mas com delicadeza mágica. Ele deseja mostrar que o cotidiano, com suas contradições perversas, poderia seguir outra estrada. O profeta se despeja no texto como óleo perfumado, faz-se lenho do fogo que aquece a história. Desejoso de trazer os extremos numa síntese que promova o bem, não esquece que o único absoluto é o amor, que o único bem é vida e que o único alvo é a valorização do instante.
Poetas e profetas rejeitam redomas, estufas, viveiros, gaiolas. Eles trocam os tapetes pelo chão batido. Solitários, só obedecem o compasso do próprio coração; indomáveis, revoltam-se com o ordinário; irrequietos, perturbam o normal.
Poetas e profetas não defendem reputação. Alvos fáceis dos ímpios quando negam a história – só as gerações futuras lhes fazem justiça. Pedras do meio do caminho, chateiam; indestrutíveis, semeiam trigo que se fará o pão do idealista, do revolucionário.
Poetas e profetas são contraditórios. Jonas era compassivo e ranzinza; Fernando Pessoa, repleto de heteronômios, otimista e pessimista; Drummond, ateu e crente; Oséias, ingênuo e perspicaz; Vinicious, puro e devasso; Chico Buarque, gênio e banal. Todos, algemados pelo amor, sentem-se livres para vivenciar as inconsistências humanas.
Poetas e profetas são alquimistas. Fazem das palavras poções que encantam; seus feitiços temperam a vida. Os profetas criam sabores exóticos. Usam verbos fortes e inebriam a imaginação. Só eles conhecem o segredo de transformar o transcendental no plausível.
Poetas e profetas são alados; vivem nas nuvens, mantêm perene parceria com os anjos; adoram no silêncio das montanhas; escutam a bruma dos vales; agasalham-se sob o manto platinado da lua. Os poetas não temem ausências, a solidão não lhes amedronta. Profetas são selvagens como os tigres e os poetas, enigmáticos como as águias.
Poetas e profetas nasceram no pé do arco-íris; resgatados do Nilo, crescem como príncipes; sensíveis, choram com o ponteio da harpa; tornam-se parceiros dos humildes, dos mansos e dos puros de coração. Contudo, o destino deles é a cruz.
Ricardo Gondim é teólogo brasileiro, conferencista, Autor de 'Direto ao ponto', Ed. Doxa, entre outros.
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